Em meu primeiro livro, ao relacionar as principais regiões produtoras de Portugal simplesmente não mencionei o Alentejo. Meu primogênito “O Vinho para quem tem Estilo”, lançado em 2000, começou a ser escrito em 1997, mesmo ano da inauguração da vinícola João Portugal Ramos, produtor emblemático da região. A coincidência na data ilustra bem a virada do vinho alentejano. Em pouco mais de uma década o Alentejo saiu de uma posição de desconhecido pelo mundo a líder entre os vinhos portugueses no Brasil e em Portugal.
Todo este sucesso não veio por acaso, além da óbvia melhora na qualidade do que vai dentro da taça, o entorno nunca foi esquecido, já que a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) promove ações de marketing no Brasil há mais de 20 anos. Hoje “Alentejo” é mais que um nome, tornou-se uma marca, reconhecida como indicação de qualidade e tipicidade.
Pois a escalada alentejana continua. Pude comprovar há poucos anos, em visita à região que mais alguns degraus foram galgados. Visitei onze produtores e provei mais de uma centena de vinhos. A constatação é clara: me vi conferindo notas altas usando adjetivos como “elegância”, “complexidade” e “profundidade”, que me dizem que o Alentejo já faz vinhos de classe mundial, em uma gama diversa de estilos, muito além do estereótipo de vinhos fáceis, frutados e encorpados.
Desta vez passaram por minha taça vinhos menos enjoativos, menos “jammy”, com menos madeira, melhor acidez e mais frescor que no passado. Vejamos alguns destaques das provas que fiz, começando no Baixo Alentejo:
Malhadinha Nova
A Herdade da Malhadinha Nova é um das melhores novidades surgidas no Alentejo nos últimos anos. A propriedade, localizada em Albernoa, no baixo Alentejo, engloba bons vinhedos em solos xistosos, adega e um belíssimo Wine Hotel/SPA. O comando técnico está a cargo do enólogo consultor Luís Duarte, um dos mais requisitados da região. Duarte mescla castas autóctonas com as estrangeiras syrah, cabernet sauvignon e chardonnay. Vamos aos destaques e a tabela de notas:
Cabernet sauvignon da Peceguina 2008. Com ótima tipicidade da casta, concentrado, taninos muito bons, presentes, nervosos, boa acidez, ainda novo e fechado, com ótimo potencial. Nota: 90 pontos
Pequeno João 2008. Elaborado syrah, touriga nacional (predominantes) e aragonês, com 12 meses em barricas francesa novas, 14,5% de álcool. Vermelho rubi violáceo muito escuro. Aromas em bloco, uma amálgama de frutas negras maduras, madeira de boa qualidade bem integrada, toque lácteos (engarrafado a pouco tempo), floral (violetas), especiarias picantes e doces, chocolate amargo. Paladar estruturado, taninos doces e vigorosos, boa acidez, longo, com potencial para guarda. Nota: 91 pontos
Malhadinha Matilde 2008. Elaborado com aragonês, alicante bouschet, cabernet sauvignon, syrah e touriga nacional, com 14 meses em barricas francesa novas, 14,5% de álcool. Vermelho rubi violáceo muito escuro. Aroma denso e intenso, com boa fruta, negra, madura, toque mineral elegante. Paladar de bom corpo, taninos ainda nervosos, jovens, boa profundidade. Menos concentrado, mas com melhor acidez que o 2007, deve evoluir muito bem em garrafa, talvez até melhor que o 2007. Nota: 92 pontos
Malhadinha Matilde 2007. Elaborado com aragonês, alicante bouschet, cabernet sauvignon, syrah e touriga nacional, com 14 meses em barricas francesas novas, 14,5% de álcool. Vermelho rubi violáceo muito escuro. Aroma compacto e expressivo, com frutas negras maduras, geléias, toque de frescor de ervas, eucalipto, madeira de qualidade aparece bem. Paladar encorpado, com bons taninos, bem presentes e aveludados, boa acidez que lhe dá elegância e equilíbrio. Mais concentrado que o 2008. Vinho excepcional, ao mesmo tempo moderno, elegante e gastronômico, um dos melhores provados nesta viagem. Nota: 94 pontos
Marias da Malhadinha 2007. Elaborado com aragonês, alicante bouschet (predominantes) e cabernet sauvignon, com 26 meses em barricas francesa novas, 14,5% de álcool. Foi o mais escuro, encorpado e mais complexo da prova. Vermelho rubi violáceo muito escuro, com fruta negra mais doce, madeira bem tostada, amêndoas torradas, chocolate, couro novo, mineral terroso. Paladar volumoso, estrutura tânica notável, com toque de rusticidade, mais Velho Mundo, um toque de acidez volátil, acetona, madeira aparece bastante no nariz e na boca. Um vinho robusto, ainda precisa de tempo de garrafa, para longa guarda. Nota: 93 pontos
Vinho |
Safra |
Tipo |
Nota |
Monte da Peceguina |
2009 |
Branco |
83 |
antão vaz da Peceguina |
2009 |
Branco |
86 |
Malhadinha Nova |
2008 |
Branco |
89 |
Rosé da Peceguina |
2009 |
Rosé |
81 |
Monte da Peceguina |
2008 |
Tinto |
84 |
Touriga nacional da Peceguina |
2008 |
Tinto |
89 |
Aragonês da Peceguina |
2008 |
Tinto |
86 |
Cabernet sauvignon da Peceguina |
2008 |
Tinto |
90 |
Pequeno João |
2008 |
Tinto |
91 |
Malhadinha Matilde |
2008 |
Tinto |
92 |
Malhadinha Matilde |
2007 |
Tinto |
94 |
Marias da Malhadinha |
2007 |
Tinto |
93 |
Herdade dos Grous
Também localizada no Baixo Alentejo, em Albernoa, a Herdade dos Grous, é outro dos novos projetos alentejanos que merecem holofotes. A moderna adega agrega tradicionais lagares (com temperatura controlada) com tecnologia recente, como movimento por gravidade e salas refrigeradas para fermentação em barricas. Os vinhos são elaborados em três linhas, colheita, reserva e os especiais “23 Barricas” e “Moon Harvested”. Quem dá as ordens aqui é também o onipresente Luis Duarte, sócio do empreendimento.
Fiz uma ótima prova que incluiu uma vertical com todas as safras do vinho principal, o Reserva. Vejamos os destaques:
Herdade dos Grous Reserva branco 2009. Elaborado com antão vaz, verdelho e viognier, fermentado em barricas. Amarelo palha com reflexos dourados, fruta madura deliciosa, mel, baunilha, paladar untuoso, onde se faz notar a textura amanteigada da viognier. Nota: 88 pontos
Herdade dos Grous Moon Harvested 2008. Elaborado com uvas 100% alicante bouschet colhidas no momento de maior influência da lua, o que resulta em um maior fluxo de seiva na planta. Segundo o enólogo Luis Duarte esta experiência demonstra um ligeiro (pequeno mesmo) aumento na qualidade do vinho. Este alicante bouschet de fato é muito mais elegante que o que se espera desta casta, que prima por vinhos potentes. Este mostrou muita cor, aromas de chocolate, madeira bem integrada (passa 12 meses em barricas francesas), toque de eucalipto, paladar com taninos volumosos, secos e finos, longo, em conjunto muito bem equilibrado. Nota: 91 pontos
Herdade dos Grous Reserva tinto 2004. Vermelho granada muito escuro. Mostrou boa complexidade nos aromas, com vegetais de musgo, fruta madura, ameixas, madeira, especiarias . Paladar encorpado e macio, bons taninos, longo. Está em seu auge que deve se manter por mais uns 3 anos, mas não deve evoluir mais. Estilo bem alentejano, um vinho claramente de região quente. Nota: 91 pontos
Herdade dos Grous Reserva tinto 2005. Ano mais frio, vinho mais elegante, com boa fruta, mais fresca, mais mineral, mais magro e com menos madeira. Está em seu auge, que deve se manter por mais 5 anos. Nota: 90 pontos
Herdade dos Grous Reserva tinto 2006. Nesta safra a touriga nacional aparece mais, com bons aromas florais, complementados com toque de chocolate da alicante bouschet, fruta doce e bastante madeira. Paladar estruturado, com taninos doces, acidez moderada. Estilo bem alentejano, um vinho claramente de região quente, o mais frutado da prova. Nota: 92 pontos
Herdade dos Grous Reserva tinto 2007. alicante bouschet (50%), syrah (30%) e touriga nacional (20%), 14,5% de álcool, 12 meses em barricas novas de carvalho francês.
A safra de 2007 marcou uma grande mudança de perfil neste vinho, que está mais fino e elegante, com melhor acidez, sem perder em estrutura, está menos tradicional, mais moderno. Posso dizer que ganhou uma classe a mais a partir de 2007, o melhor da prova. Nota: 94 pontos
Herdade dos Grous Reserva tinto 2008. alicante bouschet, tinta miúda e touriga nacional, 14,5% de álcool, 12 meses em barricas novas de carvalho francês. Em estilo é muito parecido com o 2007, comum pouco mais de madeira nova (é um ano mais novo), com a touriga nacional aparecendo mais, mais floral e frutado, com menor concentração e estrutura, mas com um toque a mais de acidez e frescor. Nota: 93 pontos
Além destes provei um vinho Dona Alí. A amostra de barrica esta imponente, um corte explosivo de alicante bouschet com cabernet sauvignon, de grande estrutura, ainda jovem e fechado, volumoso e com muitos taninos. Um vinho altamente promissor.
Vinho |
safra |
TIPO |
NOTA |
Herdade dos Grous Reserva |
2009 |
Branco |
88 |
Herdade dos Grous 23 Barricas |
2008 |
Tinto |
89 |
Herdade dos Grous Moon Harvested |
2008 |
Tinto |
91 |
Herdade dos Grous Reserva |
2004 |
Tinto |
91 |
Herdade dos Grous Reserva |
2005 |
Tinto |
90 |
Herdade dos Grous Reserva |
2006 |
Tinto |
92 |
Herdade dos Grous Reserva |
2007 |
Tinto |
94 |
Herdade dos Grous Reserva |
2008 |
Tinto |
93 |
Herdade dos Grous Late Harvest |
2008 |
Doce |
87 |
Fundação Eugénio de Almeida - FEA
Subindo do baixo Alentejo em direção a Évora, a Fundação Eugênio de Almeida (FEA) é uma parada obrigatória. Estive lá com o enólogo da casa, Pedro Baptista e a Export Manager Gabriela Fialho me atualizando com as últimas novidades.
A FEA acabava de lançar seu primeiro espumante e o primeiro branco na série Scala Coeli. Vejamos as provas:
Cartuxa espumante 2007. Elaborado 100% com arinto pelo método Champenoise, o vinho base foi parcialmente fermentado em barricas de carvalho e o espumante permaneceu com suas borras por 18 meses, com 10 gramas de dosagem de açúcar. A cor é esverdeada e brilhante, com fina perlage e aromas cítricos de ótimo frescor, frutas amarelas muito maduras, quase cozidas. Paladar de boa estrutura e acidez crocante, com boa cremosidade. Nota: 88 pontos
Scala Coeli branco 2008. A linha Scala Coeli, lançada em 2005, visa mostrar castas menos típicas do Alentejo, com castas diferentes a cada ano. Este é o 1º branco da linha, feito com a casta alvarinho, fermentada em barricas onde permanece 12 meses. Aroma intenso e fino, com fruta doce na frente e toques de tostados da madeira. Paladar de bom corpo, 13,5% de álcool, acidez bem marcada. Belo vinho, mas sem tanta tipicidade da casta. Nota: 87 pontos
Cartuxa colheita 2007. Este rótulo não é novidade e sim um clássico da FEA. Este 2007 é um dos melhores Cartuxa colheita que já provei. Elaborado com alfroucheiro, alicante bouschet, aragonês e trincadeira, com estagio de 12 meses em barricas de carvalho francês. Com aroma intenso de especiarias, fruta madura, toque vegetal de tabaco. Paladar de médio corpo, 13,5% de álcool, taninos finos, doces e prontos, elegante e muito bem equilibrado, estilo clássico. Bela compra. Nota: 87 pontos
Scala Coeli 2007. Elaborado com 100% touriga nacional, com 16 meses em barricas francesas novas. Vermelho rui escuro violáceo. Aroma com típico floral de violetas da casta,
fruta doce e muito madura sem ser jammy, toque de chocolate, tostados. Paladar de bom corpo, 14% de álcool, taninos doces, secos, longo. Nota: 91 pontos
Pêra-Manca 2011
Elaborado com Aragonez (55%) e Trincadeira (45%). Rubi violáceo escuro. Nariz muito expressivo, de grande elegância e complexidade, com fruta fresca, madeira integrada, tabaco, especiarias, alcaçuz, nota mineral. Paladar estruturado por taninos finíssimos e acidez fantástica, como poucas vezes vi em um Pêra-Manca, que lhe dará grande longevidade. Um dos melhores Pêra-Manca de todos os tempos.
Nota: 96 pontos
Vinho |
safra |
TIPO |
NOTA |
Cartuxa Espumante |
2007 |
Espumante |
88 |
Scala Coeli |
2008 |
Branco |
87 |
Pêra-Manca |
2008 |
Branco |
88 |
EA |
2008 |
Branco |
82 |
Foral de Évora |
2007 |
Tinto |
84 |
Cartuxa colheita |
2007 |
Tinto |
87 |
Cartuxa Reserva |
2006 |
Tinto |
88 |
Scala Coeli |
2007 |
Tinto |
91 |
Pera Manca |
2011 |
Tinto |
96 |
João Portugal Ramos
Uma das maiores referências em enologia portuguesa e um dos re-inventores do Alentejo, João Portugal Ramos continua, ano após ano, nos brindando com vinhos excepcionais e com boas compras também. Seu trabalho transcende o Alentejo, e inclui projetos no Tejo (Ribatejo), Beiras e Douro (em parceria com José Maria Soares Franco).
Acompanho de perto o trabalho de João Portugal faz tempo e posso dizer que os vinhos destas safras recentes estão mais elegantes, mais frescos, menos jammy, menos “novo mundo”, sem perder a modernidade. Nesta visita pude provar um pouco de tudo e algumas raridades de safra antigas.
Marques de Borba tinto 2008. Elaborado com aragonês, trincadeira e outras não especificadas, amadurece em tonéis de carvalho usado por tempo não especificado. Boa concentração de fruta, frutas negras, compotas, madeira usada bem discreta ajuda bastante “jogar o vinho para cima”, toque mineral terroso. Paladar de médio corpo, seco, boa acidez, gastronômico. Uma ótima compra. Nota: 85 pontos
Villa Santa tinto 2008. Elaborado com aragonês, touriga nacional, trincadeira, alicante bouschet e cabernet sauvignon, com estágio de 9 meses em carvalho americano e francês. Violáceo escuro, ótima fruta, bom corpo, sem exageros, mais elegante que os Villa Santa anteriores, com potencial de guarda, ótima compra. Nota: 88 pontos
Quinta da Viçosa 2005. touriga nacional, merlot e petit verdot, estágio de 12 meses em barricas de carvalho francês novo. Rubi violáceo escuro, aroma de menta, caldo de carne, geléias. Paladar compacto, volumoso, estruturado por taninos bem presentes, nervosos. Estilo mais internacional, muito em elaborado. Nota: 90 pontos
Duorum Colheita 2008. Aqui mudamos do Alentejo para o Douro, e nota-se que a fruta fica mais doce, com toque minerais do xisto, taninos secos, elegante, com acidez acima da média! Este tinto é uma excelente compra e uma das boas revelações do ano. Elaborado com touriga nacional, touriga franca e tinta roriz, com 6 meses em carvalho americano. Nota: 88 pontos
Duorum Vinha Velhas 2007. Este está na minha lista de “Top 200 - melhores do ano de 2009”. Elaborado com vinhas velhas onde predominam touriga nacional, touriga franca, tinta roriz e sousão, com 12 a 18 meses em carvalho francês. Vermelho rubi escuro violáceo. Aromas densos de fruta madura, cassis, esteva, violeta, madeira. Paladar de bom corpo, sem ser pesado, taninos finíssimos e secos, nervosos, ótima acidez, elegante equilibrado, gastronômico e com potencial de guarda. Nota: 92 pontos
Quinta de Foz de Arouce 2005. Mudamos de região, para Beiras, e para a casta baga, de vinhas velhas, com 14 meses em tonéis franceses. Para um 2005 ainda bem novo, taninos nervosos finos, aroma com toque animal, eucalipto, chocolate, baunilha, frutas negras frescas, toque vegetal de tabaco, grande potencial de guarda, muita personalidade, bem equilibrado, ótima acidez, longo com final fresco e com a presença nervosa dos taninos. Eu não conhecia este vinho, ótima surpresa de uma região menos proclamada. Nota: 91 pontos
Marques de Borba Reserva 2007. Voltando aos vinhos do Alentejo, este é o TOP da casa, elaborado com aragonês, trincadeira, alicante bouschet e cabernet sauvignon, com estágio de 12 meses barricas francesas. Muita cor, retinta, opaca. Aromas elegantes e complexos, em bloco, com fruta doce na frente, elevado por boa madeira, tostados, muitas especiarias. Paladar concentrado, ainda jovem, volumoso, longo, taninos finos, doces e bem presentes. Nota: 91 pontos
Marques de Borba Reserva 2000. Em relação ao anterior é mais vegetal, com toque de musgo e mentol, mais tradicional, menos internacional que o 2007, mostra fruta madura, compotas, avelãs. Paladar volumoso, cheio, taninos prontos mas bem vivos. Está maravilhoso, e pode evoluir ao menos mais 5 anos. Nota: 93 pontos
Marques de Borba Reserva 1997. Esta foi a 1ª safra deste grande vinho. Está menos expressivo que o 2000, porém mais elegante, cheio de nuanças, com paladar macio e pronto. Recomendo beber já, pois não deve evoluir mais. Já perdeu um pouco da acidez, mas ainda está maravilhoso, especialmente o nariz. Nota: 90 pontos
Villa Santa 1992. Uma preciosidade. Fermentado em talhas (ânforas de barro). No nariz pouco expressivo e muito evoluído, mas bem vivo na boca, cheio de complexidade. Aos poucos foi se abrindo na taça e mostrando aromas de banana, resina, couro. A evidente presença da alicante bouschet dá a este vinho um perfil rústico e vigoroso que me lembrou um Mouchão de safras antigas. Nota: 90 pontos
Vinho |
safra |
TIPO |
NOTA |
Lois branco |
2009 |
Branco |
82 |
Marques de Borba |
2009 |
Branco |
83 |
Villa Santa |
2009 |
Branco |
84 |
Lois |
2009 |
Tinto |
81 |
Marques de Borba |
2008 |
Tinto |
85 |
Villa Santa |
2008 |
Tinto |
88 |
Quinta da Viçosa |
2005 |
Tinto |
90 |
Duorum Colheita |
2008 |
Tinto |
88 |
Duorum Reserva Vinha Velhas |
2007 |
Tinto |
92 |
Conde Vimioso Reserva |
2007 |
Tinto |
88 |
Quinta da Foz do Arouce |
2005 |
Tinto |
92 |
Marques de Borba Reserva |
2007 |
Tinto |
91 |
Marques de Borba Reserva |
2000 |
Tinto |
93 |
Marques de Borba Reserva |
1997 |
Tinto |
90 |
Villa Santa |
1992 |
Tinto |
90 |